Ex-doméstica monta negócio que fatura R$ 230 milhões por ano

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Todo mundo espera pelo dia em que a oportunidade irá bater à sua porta. Esse dia chegou para Cleusa Maria da Silva quando a mulher do patrão ficou doente e pediu sua ajuda para fazer bolos. E o que era apenas uma chance de complementar a renda familiar se transformou em um negócio que hoje fatura, em média, R$ 230 milhões por ano.
Foi a necessidade que fez Cleusa agarrar a oportunidade de conseguir um dinheiro extra, é verdade. Mas foi a coragem que a fez assumir os clientes de dona Rosa, que precisou parar de fazer os bolos tempos depois.
De origem pobre, Cleusa já foi empregada doméstica e até cortadora de cana. Começou a trabalhar cedo. Desde os 9 anos, já ajudava seus pais na roça num sítio arrendado em Bandeirantes, no Paraná. Por isso, foi uma escolha difícil quando encarou o dilema de continuar na segurança do emprego fixo na linha de produção da fábrica de alto-falantes ou assumir os riscos de abrir seu próprio negócio.
Exausta por trabalhar durante o dia na fábrica e virar madrugadas fazendo bolos, Cleusa decidiu se dedicar inteiramente ao seu pequeno empreendimento. E foi fazendo bolos, que levava aos clientes a pé, e aprimorando as receitas, com a ajuda de sua mãe, que ela conseguiu abrir sua primeira loja em Salto, interior de São Paulo.
“Com o dinheiro da minha rescisão e do meu irmão, comprei uma pequena vitrine, duas mesas e aluguei um espaço de 20 m², perto da minha casa, com o nome de Sensação Doces. Eu preparava tudo em casa e montava a vitrine pela manhã. Mas muitas vezes não vendia um bolo sequer. Por 2 anos o dinheiro que eu ganhava com a venda, permitia apenas que a operação continuasse. Nunca imaginei chegar aonde cheguei”, conta.
O movimento no ponto de venda de 20m² começou a aumentar aos poucos. “Não trocava produtos e trabalhava em cima de qualidade e preço. Sempre apostei que ganharia com o volume”, afirma Cleusa, que quatro anos depois colheu os primeiros resultados desta aposta mudando sua loja para um espaço de 80m². Em seguida, outras unidades foram abertas em cidades vizinhas como Americana, Itu, Indaiatuba e Sorocaba, tendo como sócios irmãos e ex-funcionários.
Cleusa só viria a ter contato com a palavra franquia em 2007, dez anos após sua primeira loja, quando um cliente de São Paulo perguntou se ela não gostaria de abrir uma unidade na capital. Ela resolveu pesquisar sobre o assunto e prometeu ao cliente que ele seria seu primeiro franqueado. Depois de cinco anos essa ideia virou realidade e eles se tornaram parceiros com a primeira Sodiê Doces na Vila Guilherme.
Hoje, são 284 lojas espalhadas pelo Brasil e cada uma delas emprega de quatro a 15 pessoas. A marca, que teve o nome inspirado nos seus filhos, uma junção de Sofia e Diego, está presente em 12 estados e no Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Ceará, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Goiás e Espírito Santo.
Para Cleusa, o grande desafio é a conscientização dos franqueados em manter a qualidade e padronização das lojas. “Investimos muito na qualidade dos bolos, pois acreditamos que o sabor conquista nosso público”, afirma.
Cleusa também acredita que um dos principais erros é abrir uma franquia só pensando no lucro e não pensar na sua satisfação profissional. Outro erro é não ter um capital de giro, de no mínimo de seis meses, para poder sustentar o negócio.
Próximos passos
O maior sonho de Cleusa era tirar a sua mãe do corte de cana e dar a ela uma casa. Agora, após 20 anos de trabalho duro, a empresária parte para empreitadas mais ambiciosas e visa conquistar o mercado internacional. Está em seus planos abrir uma unidade da Sodiê Doces na Flórida, nos Estados Unidos.
Desafio não é novidade para Cleusa, que já passou por muita coisa na vida. Principalmente após perder seu pai aos 13 anos em um acidente de carro, no qual também estava e foi uma das sobreviventes ao lado de seu irmão. Sem o homem da família, o dono do sítio em que trabalhavam achou que não tinham mais serventia e a mãe de Cleusa precisou mudar com seus dez filhos para Salto, aonde a história da família iria se transformar anos depois.
Cleusa aprendeu com a mãe a “nunca desistir na primeira dificuldade” e é este o primeiro conselho que dá a todos que lhe perguntam sobre como ser um empreendedor de sucesso.

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